segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Que sejamos os momentos em que estamos,
podendo, inclusive, inverter os papeis
trás pra mim sua, majestosa, dominação leonina
e disputa meu posto em relação a nós.
vamos reinventar o que somos e quem somos juntos,
afinal o importante é perder o folego no fim e recomeçar de novo!

Mas sejamos acima de tudo o passo a frente
Bailando com desenvoltura e coragem por entre nós
Caminha comigo seus passos firmes
Contagiando, com o novo, antes do que nos vejamos sós
E façamos de tudo um grande momento
afinal o importante é perder o folego no fim e recomeçar de novo!



Gabriela Araújo e Zaráia Guara

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Todo apoio aos acampados de Uberlândia!


Desde o dia 07 de maio, cerca de três mil famílias ocupam uma área de 150 hectares, improdutivos, à beira da BR-050, no perímetro urbano de Uberlândia. A maioria dos bairros ao redor dessa ocupação são, também, fruto de ocupações e de resistências históricas da população que vivem em situação irregular há mais de 10 anos, prova do descaso do poder público em Uberlândia.
Uberlândia é também conhecida pela forte especulação imobiliária. Somos uma terra de coronéis, na qual poucas famílias controlam boa parte da terra da cidade. Entre elas ex-prefeitos como Virgílio Galassi, Tubal Vilela, Renato de Freitas, entre outros. Digno de nota também o descaso do atual prefeito Odelmo Leão (PP). Além de pouco fazer pela regularização das famílias que moram nas regiões vizinhas, se pronunciou contra a nova ocupação negando inclusive o acesso a água por parte dos acampados.
 A zona de conflito se configura, hoje, como uma área irregular em função de um processo de grilagem da terra em questão. Essa zona onde se encontra bairros irregulares e regulares, sobre seu entorno, tinham como titular João Costa Azevedo; com sua morte tais títulos aparecem como doações a João Costa Silva, que morre pouco tempo depois. Surge uma escritura pública de compra e venda no nome de Lindolfo Gouveia e é a partir de então que se inicia toda a confusão. Aparece um novo documento, uma permuta entre João Costa Azevedo, Virgílio Galassi, Tubal Vilela, Rui de Castro, Irany Anecy de Souza, os Irmãos Torrano e outros. As matriculas geradas provocam, claramente, várias sobreposições de áreas e praticamente todas as terras que um dia foram de João Costa Azevedo se configuram como loteamentos, em sua maioria, irregulares.
Foi com base nesse contexto histórico que a Associação dos Trabalhadores Rurais Bela Vista (ATRBV) encabeçou o processo de ocupação da área.
Na manhã dessa segunda feira, dia 1 de agosto, foi cumprida uma liminar que prevê a reintegração de posse da terra ao titular, reintegração que tem como prazo máximo de execução quinta feira, 11 de agosto, as 18:00h.
No que consta a liminar, 10 mil metros da área ocupada estão livres de reintegração de posse. Dada a irregularidade já descrita no processo de compra/venda/grilagem de terras, o topógrafo responsável pela demarcação, tem livre apenas 6 mil metros quadrados para demarcar e não os 10 mil metros quadrados anteriormente previstos.Vale ressalta que estas irregularidades se dão nas compras e vendas dos lotes e na falsificação de matrículas da terra.

Deste modo repudiamos a liminar concedida para reintegração de posse, concedida com base em documentos forjados! Contra a grilagem de terras! Pelo direito à moradia! Todo apoio às famílias!!


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Hoje pude matar o mínimo da saudade de bons tempos.
É doloroso imaginar que o tempo não volta. Como eram bons os momentos em que nós três nos reuníamos para, simplesmente, tocar violão todas as tardes. É incrível como um passo em falso muda tudo que se tem na vida.
Tanta coisa passou, as relações se modificaram pouco a pouco, nunca pacificamente.
O que era amizade se transformou em algo que não se define, o que era coleguismo se transformou em companheirismo e política.
A mente se transformou, agora é uma mente socialmente referenciada.
A consciência de classe invadiu meu espaço, a militância tomou meu coração. Nada mais faz tanto sentido.
Estou trocando de vida como um lagarto que troca sua pele.
Eu poderia agradecer a Deus por ter amigos, por ter consciência e coragem de coloca-la a público. Mas não, prefiro cultivar em mim tudo que acredito, prefiro acreditar que sou o agente principal da minha trajetória mundana, prefiro acreditar em mim ainda que tropece de tempos em tempos em minha propia vida. Poderia agradecer a Deus por ser mulher, e me orgulhar disso, ou poderia agradecer por ser feliz. Mas não, eu prefiro agradecer aos que me cercam aos que me tornam uma mulher feliz.
É isso, escolhi a racionalidade meus caros. Escolhi ser racional, ser materialista na Idade da, falsa, luz!

sexta-feira, 15 de abril de 2011


Queria, querer, amar. Queria um amor inesperado, daqueles arrebatadores que chegam em uma quinta feira de manhã, chuvosa. Um amor que vem e passa tão inesperadamente como chega. Queria um amor assim! Bem do modo Gabriela de ser.
Quero mais tempo pra todas as bobeiras de amor, de paixão. Paixão que consome e que depois some. 
Também, se for pra morrer que seja de paixão.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

“Deixar e receber um tanto”

As organizações são centralizadas, severas e ásperas. Mesmo dotado de uma sutilidade poética, o marxismo vai ganhando o que existe dentro de mim de “deixar e receber um tanto”. Política é poder. Política é conflito. É capacidade de influenciar. Os militantes que “deixam e recebem um tanto” me ganharam.
As escolhas que precisei fazer, as inúmeras vezes que minha cabeça doeu me fizeram fumar e me fizeram também, preferir, dar mais que receber. Já fui tão severa comigo, me vi caminhar tão severamente sobre meu existir, pisei com força para não escorregar, tão forte que não me preocupei em quem ia pisar. Na transição para toda essa dureza, afastaram-se muitos dos que desejam “deixar e receber um tanto”.
Mas me tornei assim e a partir disso me recrio todos os dias, eu sou quem eu sou, e pelo menos em teoria eu sou ontologicamente dialética, então pode ser que ainda existam esperanças para mim.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Mundo Virado!

 Escrever é como transcender corpo e mente. É o momento de dizer o que quero, como realmente quero. Algumas vezes falar é embaraçoso.

Quando não consigo escrever ou tenho muita dificuldade é um sinal. É preciso fechar os olhos e respirar, é preciso para e olhar para dentro de si, de mim no caso.
Tudo tem acontecido como um “BUM”, quando eu vejo as coisas já estão lá. É sempre a mesma história, acordar cedo e dormir tarde, faculdade, reunião, vida pessoal, amigos, a safadeza do governo, a safadeza do DCE, dentre um milhão de coisas que as vezes me fazem pirar, e acabo tretando com os peixes.
Não é nada fácil manter o mínimo de coerência com o que se acredita, levar a vida merecia ser tão mais natural, mais tranqüilo, mais devagar. Conforta-me, achar que a luta possibilitara o dia em que a vida será mais serena. 
Posso não estar em um bom dia para escrever, mas preciso descarregar jogar nas frases o sobrepeso, alem disso eu preciso entender que o mundo não vai esperar eu ficar bem é preciso agir, colocar em pratica a mulher que quero ser, aqui no meio do caminho mesmo, sem pausa pra uma aguinha.
Acho que de um tempo pra cá, se fez necessário estar em um  espaços onde estudantes se identificassem e pudessem criar um sentimento de confiança enquanto instrumento de transformação da universidade através da luta. Era preciso me organizar para melhor entender ás demandas do movimento, formular e disputar as concepções. Era necessário ser Viramundo, construí-lo. 

Sonhos!

As vezes sonho incoerências em desalinho com meu tempo pequeno.Sonhos, assim, despudoradamente humanos.Sonhos, assim, desavergonhadamente felizes.
Ainda que a cidade triste desautorize, ainda que as fábricas ergam seus muros cinzas onde guardam minha classe da luz do dia e roubam seus corpos das carícias da noite.
Sonhos subversivamente despertos que meu sonho está ali bem perto, tanto que sinto cheiros descabidos e minha boca antecipa o gosto dos delírios como fossem pães recém-nascidos.
Sonho desavisadamente alegre com uma casa de janelas amplas com jardins e flores e plantas e discos e filmes e livros e tanta sede e fome tanta que em qualquer fruto a ceia é santa.
Sonho que nos relógios quebrados e inúteis as aranhas amarelas fazem com calma suas casas e em dias longos e quentes ex-lagartas apaixonadas estreiam suas novas assas.
Sonho que o mar fica ali em frente onde as ondas e as horas inquietas martelam as costas cansadas do continente e na pele de praia do planeta, a areia tritura seus minúsculos universos náufragos num continuo mastigar de conchas e dentes.
Sonho então que caminhas… linda… pela praia e nosso cão te acompanha alegre e você é tão feliz… tão feliz… tão feliz que quase esquece de toda a pré-história da humanidade, da tragédia dos séculos e da miséria destes anos em que andamos, por tanto tempo, militando.
Militando e sonhando que lutamos. Lutando e militando porque sonhamos que o mundo pode ser, enfim, a casa onde moraremos sonhando, para sempre, que nos amamos. 
                                                                                                         Mauro Iasi

sábado, 29 de janeiro de 2011

sobre saudade



Eu, desde o dia 27, me pergunto o que me fez gostar tanto de vocês duas. E não é diminuindo a capacidade de vocês de conquistar. É simplesmente tentando entender em que parte de mim vocês tocaram tão fundo.
Saudade pra mim hoje é dor constante, ate em sonho ela me persegue. Ainda não deu para entender como entraram no meu coração de forma quase devastadora, de maneira que eu não consiga, simplesmente, identificar o tipo de sentimento que a vocês dedico.
A conclusão a que chego é de que não, mas, existe paz.
A nossa festa de confraternização foi simplesmente um cavoucar de feridas. Não sei dizer se vai mudar, amadurecer ou acabar a saudade e o sentimento de perder um pedaço, que já considero meu.
Pensar nas coisas q passamos juntos, no café da manha sem solidão, no almoço conjunto, e em tudo mais que em pequenos gestos simplifica a vida de 23 dias, me fazem pensar se estou feliz por ter acontecido, ou se estou triste por não ter mais. Os últimos momentos felizes, só me faziam sentir mais tristeza. Tristeza de me sentir feliz, tristeza de saber que eram últimos os momentos.
Parece sentimental de mais, e é sentimental de mais. E hoje o sentimentalismo faz todo sentido.
Abril que não chega, e a espera já me consome.
Melhor saber que abril chegará, melhor que pensar o quanto a Argentina esta longe. Me conforta saber que mesmo de muito em muito tempo as verei, que imaginar que quase não existam chances para isso.
Ainda não sei processar tudo que aconteceu, ainda não sei dos sentimentos que tenho, do que é amizade, carinho, confiança e amor. Mas sei que tudo de mais bonito que hoje cultivo em mim destino a duas flores! A maior e melhor construção em mim.
 Aos caminhos, eu entrego o nosso próximo encontro
Que bom que um dia nos encontramos.

"Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim." Caio Fernando Abreu